Meu coração tem o formato da viola
Em seu bojo há uma gaiola
Onde canta um sabiá
O canto triste enche o mundo de poesia
Traz encanto e alegria
Pra quem para pra escutar
A emoção é do tamanho do horizonte
Esse canto é igual à fonte
Que não para de jorrar
O meu espanto é saber que muita gente
Mata a sede e segue em frente
Sem nem mesmo reparar
Minha viola é de Queluz, iluminada
Minha vida é uma jornada
Sigo a estrada atrás do sol
O tempo passa, mas a moda continua
Quando é noite a luz da lua
Brilha ao longe igual farol
Minha canção é afiada igual navalha
Corta fundo e nunca falha
Quando quer manifestar
O pensamento caudaloso feito um rio
Vence todo desafio
Rio-abaixo até o mar