Zebeto Corrêa - Trem Noturno

Era na varanda, rede toda enluarada
Cheiro de romãs quando a gente namorava
Dedos deduzindo a cor da amora (sábios lábios dessa rosa com sabor de amanhecer)

Pelos no veludo das carícias
Trem noturno de delícias, longas horas de prazer
Éramos varados de astros, luzes tão estranhas
Trilhos constelados
Girassóis bem nas entranhas

Curvas percorridas pelos beijos
Grossas gotas de desejo, feito chuva de verão
Pêssegos macios afagados
Todos túneis penetrados
Nos momentos da paixão

Éramos varados
Era bom demais
Agora só restou sobra de lua
Num vagão de dor