O vento nas palhas do milho, em Santa Rosa ou Quixadá
Bate do mesmo jeitinho, vindo do pampa ou da beira do mar
A voz que toca a boiada pelos sertões de Andradina
É a mesma que encanta a lua nas noites de Diamantina
O vôo do colheireiro rasgando os ares de Poconé
Tem a cor e a poesia dos versos de Patativa do Assaré
A Sagarana de Rosa desnudando a flor de Minas
Traz no fundo a mesma história de uma canção nordestina
Tem bumba-meu-boi na batida do Olodum
Tem maracatu lá no morro de Mangueira
Faz tremer o chão, tambor
Faz brilhar a alma brasileira
O canto das lavadeiras subindo o leito do Tocantins
Vai germinar em Brasília, no ventre da sempre-viva, do alecrim
E o rio Capibaribe num frevo bom de Capiba
Corre pro mesmo oceano onde vai dar o Guaíba
Tem bumba-meu-boi na batida do Olodum
Tem maracatu lá no morro de Mangueira
Faz tremer o chão, tambor
Prá acordar a alma brasileira